SEXTINAS DIVERSAS

FELICIDADE

(1) Livre de todo jugo sou feliz.
(2) Hoje eu só quero a paz que me conduz
(3) Como uma nuvem calma em seu passeio.
(4) Não há nenhum motivo, isso eu afirmo,
(5) Para que alguém impeça o meu sonhar.
(6) Não quero mais barreiras no caminho.

(6) Por ser eu, passageiro, em meu caminho
(1) Faço toda questão de ser feliz.
(5) Elevo o rosto ao céu. Quero sonhar,
(2) Buscar a inspiração que a Deus conduz.
(4) A paz é sempre o alvo. Isso eu afirmo
(3) Porque faço da vida o meu passeio.

(3) Não há nada melhor que esse passeio.
(6) E é nele que construo o meu caminho.
(4) Mesmo estando fraco, luto e me afirmo
(1) Para acertar meu passo. Ser feliz
(2) Nessa batalha imensa, que conduz
(5) Quase sem dar-me a chance de sonhar.

(5) Sabe o que pode ser esse sonhar?
(3) Isso! Uma viagem... Um passeio
(2) De alguém que se desdobra e que conduz
(6) A mente a outro mundo, outro caminho
(1) Porque, para crescer e ser feliz
(4) Tem que haver luta... Fé... De novo afirmo.

(4) Repito sem parar, tudo que afirmo.
(5) Alio esse recurso ao meu sonhar
(1) Pra ter dentro de mim, um ser feliz.
(3) Sei que às vezes divago e até passeio.
(6) Foi assim que escolhi o meu caminho.
(2) Nele reside a luz que me conduz.

(2) E essa força maior que me conduz
(4) Que teimo, digo, grito, sempre afirmo
(6) Que abre cada vez mais o meu caminho
(5) E põe a viva cor em meu sonhar
(3) Faz da grande viagem, meu passeio.
(1) A luz que quero ter pra ser feliz.

(1) - (2) E Deus me faz feliz e me conduz
(3) - (4) Durante esse passeio em que eu afirmo:
(5) - (6) Que é bom poder sonhar no meu caminho!

Fiore

Pra relembrar:
Uma das sextinas que publiquei nos mundos (real e virtual) em vários locais.
Espero que gostem.

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Mudanças controversas...
Olho e vejo o passado e algo mudou,
pois não trocam moeda como antes
e o Cruzeiro que vi quando pequeno
pelo jeito era falso ou algo assim,
já que veio mais tarde e foi estranho
o Cruzeiro Real que durou pouco...

As mudanças ocorrem pouco a pouco,
mas tem sempre algum fato que mudou
sem a necessidade e isso é estranho!
Eu, confesso, não sou qual era antes
e dinheiro mudar é algo assim
qual deixar ao papel valor pequeno...

O petróleo não tem valor pequeno
e há países que vão de pouco em pouco
demonstrando que o lucro é mesmo assim:
faz mostrar que a usura não mudou
e que impérios são maus, quais eram antes!
Ficar vendo passivo, eis fato estranho...

Quando a gente não acha mais estranho
a maldade em um mundo tão pequeno
só demonstra que quem lutou bem antes,
conseguindo mudar o caos um pouco,
batalhou quase a toa, pois mudou,
mas não dão mais valor... É triste assim...

Estopim para a guerra é sempre assim
inventado pra ver um ser estranho
disparar contra outro que mudou
seu pensar para outro tão pequeno
que o transforma em menor, diria um pouco,
do que a linda criança que foi antes...

Tem, de fato, quem vê o que foi antes
como fosse fraqueza ou algo assim.
Já não quer contentar-se mais com pouco
e deseja o que é de algum estranho...
Já falei que esse mundo é tão pequeno...
E pra que guerrear? O que mudou?

Pato feio mudou, pois era antes
um bichinho pequeno e, enfim, assim,
há quem sempre ache estranho o visto pouco...

Ronaldo Rhusso 07/01/2014.

No dia 1º de agosto de 1993, o Cruzeiro Real passou a ser a moeda oficial do Brasil. A moeda substituiu o Cruzeiro, por excesso de zeros. As notas de 50 mil, 100 mil e 500 mil Cruzeiros são carimbadas para o novo padrão e aproveitadas. O Cruzeiro Real saiu de cena em 30 de junho de 1994, dando lugar ao Real.

Aos mais jovens devo alertar que já tivemos o Real (1500 a 1942), o Cruzeiro (1942 a 1967), o Cruzeiro Novo (1967 a 1970), o retorno ao Cruzeiro – A Missão (1970 a 1986), o Cruzado (1986 a 1989), o Cruzado Novo (1989 a 1990), o retorno do Cruzeiro – A Saga (1990 a 1993), o Cruzeiro Real – o outro era sonho (1993 a 1994) e o Real (1994 a...).

Como desafio pouco é bobagem e sinto que um Compêndio poético sem a beleza de uma SEXTINA seria coisa de somenos, decidi, por falta de espaço num só dia, escrever uma, dissertando acerca de alguém ou algum fato (ou mesmo acerca do que me der na telha) a cada duas Estrofes. Bom, uma Sextina é um poema Medieval que contém 6 Estrofes de 6 versos, cada e deve ser tecida em versos Decassílabos heroicos. Como não exige rimas as deixarei um pouco de lado. A Sextina encerra com um Terceto nos mesmos moldes das Sextas (Estrofes de 6 versos), sendo que as últimas palavras usadas na primeira Estrofe deverão constar em todas as outras cinco Estrofes iniciais e constar no Terceto, seguindo o esquema de versos que ensinarei amanhã. Você vai aprender ou relembrar coisas muito importantes com esse Estilo poético. Vamos ver como esse troço vai ficar?

Em 2 de agosto de 1990, o Iraque invadiu o Kuwait. A ocupação foi o estopim da Guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos. Saddam Hussein justificou a invasão, afirmando que o Kuwait praticava uma política de super extração de petróleo, para fazer o preço cair no mercado e prejudicar a economia iraquiana. E os inocentes EUA se aproveitaram do plano armados por eles, de antemão, para se apossarem das riquezas Kuwaiteanas e, mais tarde, das iraquianas...

Bom, o esquema de versos da sextina – que esqueci de mencionar a autoria de Arnaut Daniel, no século XII – é assim: 123456 na primeira Estrofe. Da segunda até a quinta ocorre uma variação matematicamente interessante! Agora os equidistantes (equi = igual) vão se invertendo. Dessa forma o 1 e o 6, o 2 e o 5 e o 3 o 4 se invertem, de modo que a segunda Estrofe ficou assim: 615243. Complicado? Um pouco. Mas atente para o detalhe de que apenas a última palavra de cada verso reaparece em posição invertida segundo a equidistância. Ainda complicado? Vamos ver: Se eu pergunto: - Quanto dá a soma de cada dedo da mão? Ora, você vai dar os seguintes valores aos dedos: aos mínimos 1 e 10, aos anelares 2 e 9, aos médios 3 e 8, aos indicadores 4 e 7 e, por fim 5 e 6 aos polegares. Repare que a soma dos equidistantes será sempre 11. 1 + 10, 2 + 9, 3 + 8, 4 + 7, 5 + 6 = 11. Então são 5 pares de equidistantes vezes o valor da soma deles, ou 5 x 11 = 55. A soma de todos os dedos das mãos = 55. Amanhã continuo a explicação e você vai gostar de aprender, com certeza!

Em 3 de agosto de 1914, França, Bélgica e Grã-Bretanha declararam guerra à Alemanha, iniciando a Primeira Guerra Mundial. O estopim foi o assassinato do príncipe do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, em 28 de junho. Entre 28 de julho e 3 de agosto, todas as potências entram na guerra (menos a Itália).

Finalizamos as Estrofes de 6 versos. Amanhã partiremos para a Coda, que é o "gran finale" em Terceto da Sextina! Reparem que só pus título nos primeiras duas Estrofes, pois trata-se de um só poema.


Voltando à explicação do esquema das últimas palavras de cada verso vimos que há uma inversão na posição das equidistantes. Ilustrei atribuindo valores aos dedos das mãos de 1 a 10, de modo que o mínimo da esquerda é o 1 e o da direita é o 10, assim aprendemos que equidistantes são os que se encontram na mesma distância, separados por algum ponto. Então a formação das Estrofes de 6 versos da Sextina obedece o esquema: 123456, 615243, 364125, 532614, 451362 e 246531. Onde 1(mudou), 2(antes), 3(pequeno), 4(assim), 5(estranho), 6(pouco). Repare que terminou com “mudou” ou 1, como começou! Amanhã explicarei o Terceto final ou Coda e mostrarei a importância para a Matemática dessa sequência impressionante! Enquanto isso procure saber quem foi Gauss. Até lá!

O escritor dinamarquês de contos infantis morreu em 4 de agosto de 1875. Em suas histórias, como “O Patinho Feio” e “João e Maria”, misturava lendas populares, ensinamentos morais e humor. Ele nasceu em 2 de abril de 1805. Era pobre, desajeitado e alto demais quando criança, o que influenciou seus textos. A Coda – o Terceto final – tem a seguinte disposição 1 e 2 no primeiro verso, 3 e 4, no segundo verso e 5 e 6 no verso final. Repare que temos aquelas palavras usadas no final de cada Estrofe de 6 versos: “mudou e antes” no 1º verso, “pequeno e assim” no 2º e “estranho e pouco” no terceiro verso.

Pra encerrar quem pesquisou acerca de Friderich Gauss viu que ele é considerado o pai das sequências que originaram os cálculos das Progressões Aritmética e Geométrica (PA e PG).

Reza a lenda que aos dez anos de idade o professor de matemática de Gauss, que para manter a ele e os outros alunos ocupados por uma hora manou que calculassem a soma de todos os números de 1 a 100. Gauss, usando a fórmula das Sextinas somou os equidistantes 1 e 100, 2 e 99, 3 e 98... e achou 101 como valor. Como são 50 pares (metade de 100, como 5 pares é a metade dos 10 dedos das mãos) de equidistantes ele os multiplicou por 101, ou seja, 50 (pares) x 101 (soma dos equidistantes) = 5050, gastando apenas um minuto ou menos para dar a resposta ao boquiaberto professor...

Então... Valeu a Sextina? Mesmo dissertando acerca de 4 temas diferentes o texto completo não perdeu o sentido e mereceu o título MUDANÇAS CONTROVERSAS... Não esqueça de tentar a sua. Use rimas se quiser, mas não dispense esse excelente Desafio Poético! Você só precisa dissertar acerca de um tema. Boa sorte!

Até amanhã.