PAJADA AO COLORADO
Eu, colorado nascido
da própria essência do povo,
clube velho, sempre novo,
que, quando pensam vencido,
volta rejuvenescido
Dentro de um halo de glória;
colorado, cuja História,
legendária e delirante,
tem sido sempre a constante
de grandeza e de vitória !
Eu contemplo emocionado
o velho Internacional,
qual um pássaro bagual
de topete colorado,
cujo glorioso passado
me provoca um arrepio
e vejo, num desafio
de desassombro e carinho,
sentado e fazendo o ninho
sob a barranca do rio !
Que Deus bendiga este pano
venerado em toda parte;
este glorioso estandarte
do velho pago pampiano,
que o povoeiro campechano,
do ministro ao engraxate,
do índio que toma mate,
do soldado à criança arteira,
fizeram como bandeira
de carinho e de combate !
Colorado que destila
emoções por onde passa;
quando essa bandeira esvoaça,
o teu povo se perfila;
parece, quando desfila
no gramado, uma centelha;
e a gente quase se ajoelha,
meu velho Internacional,
ante a atração sem igual
desta jaqueta vermelha!
Pela sua vida inteira
e no seu viver diário
Colorado é do operário,
do peão, da lavadeira,
do artista, da cozinheira,
do empregado e do patrão.
Colorado é coração
que bate no gabinete,
que bate no palacete,
na caserna e no galpão . . .
Jayme Caetano Braun