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 O Soneto Alexandrino

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RONALDO RHUSSO
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RONALDO RHUSSO

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MensagemAssunto: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSeg 15 Nov 2010, 21:23

Avisos

Ao longe espera a vida; então não tenhas medo.
Segredo existe, enfim, mas serás bem mais forte.
A morte um dia vem, mas, antes, chega a sorte
no corte que há na mão ou no destino ledo.

Ser livre em meu amor, é o bem que a mim concedo
e, se não é segredo, e se é maior o porte,
bem cedo a vida vai, e, com sabor azedo
o enredo chega ao fim. Assim, busque o que é forte.

O que comporte a alma, o agir do vate nobre;
envergue e nunca dobre ou, se dobrar, não quebre.
Se em febre ou luta sã, travar pelo seu cobre!

Mas se tu compras pobre o gato em vez de lebre,
Pode ser que alquebre e tu'alma soçobre
e caro, então, te cobre um tempo no casebre...

Ronaldo Rhusso
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MensagemAssunto: Postagem do Alexandre Tambelli naquele outro site:   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSeg 15 Nov 2010, 21:43

O SONETO ALEXANDRINO
Amigos Descansistas, ao ler Tratado de Versificação, livro de Olavo Bilac e Guimaraens Passos, pude ter uma noção completa das regras necessárias para realizar um verdadeiro soneto alexandrino e gostaria de compartilha-las com todos.

Antes de enumera-las transcreverei aqui informações contidas no livro sobre a origem do verso Alexandrino, um aprendizado histórico para nós todos:

“O verso alexandrino (...). É uma criação Francesa. Escreve Quitard: “Este verso chama-se alexandrino, por ter sido metodicamente empregado na composição do famoso Roman d’ Alexandre lê Grand, -- poema começado no século XII por Lambert Licors, de Châteaudun, e continuado por Alexandre de Bernay, trovador normando do mesmo século. Assim o seu nome é uma dupla alusão ao nome do herói e ao do trovador”.

Vou colocar aqui as regras básicas para construção de um SONETO com VERSOS ALEXANDRINOS e não dodecassílabos (versos que contém, sem serem observadas as regras do alexandrino, doze sílabas poéticas).


PRIMEIRA REGRA: todo soneto Alexandrino clássico deve ser constituído de 14 versos divididos em 4 (quatro) estrofes. Podendo variar a disposição dos versos na folha. O mais usual é valer-se da disposição característica do soneto Italiano (petrarquiano) que está dividido em 2 (duas) estrofes de 4 (quatro) versos, seguidas de 2 (duas) estrofes de 3 (três) versos. Existe ainda outra disposição que é a do soneto Inglês (shakespeareano) possuindo uma estrofe única de 14 versos tendo um dístico no final, obedecendo este esquema de rimas: ababcdcdefefgg. O Soneto Inglês (shakespeareano) em versos alexandrinos, por exemplo, é utilizado na Língua Portuguesa em algumas traduções dos sonetos de Shakespeare, podendo até perder a estrutura de estrofe única e ser separado em 3 (três) estrofes de 4 (quatro) versos e uma estrofe final de 2 (dois) versos - denominada de dístico.

SEGUNDA REGRA: valer-se, em cada verso, de 12 sílabas poéticas (o METRO), com a presença da tônica (determinando o RITMO) na 6ª e 12ª sílabas poéticas necessariamente.
Outras marcações do RITMO são possíveis também: com a presença da tônica na 2ª, 4ª, 6º, 8ª, 10ª e 12ª; 3ª, 6ª, 9ª e 12ª; 4ª, 6ª e 10ª e 12ª, etc. Porém, só temos um verso, verdadeiramente, alexandrino com a presença da tônica na 6ª e 12ª sílabas poéticas, o que explicarei o motivo na SEXTA REGRA.

TERCEIRA REGRA: utilizar-se de um desses três esquemas de RIMA nos quartetos:

1 - cruzada, alternada ou entrelaçada (abab/abab);
2 - emparelhada (aabb/aabb);
3 - enlaçada ou interpolada (abba/abba).

nos tercetos há uma maior liberdade para as rimas variando conforme o soneto, exemplos:

1 - (cdc/ede), (ccd/dee), (cde/edc), (cdd/eec), (cdc/dcd).

Obs. Todo soneto clássico (Italiano ou Petrarquiano) trabalha com 4 (quatro) ou 5 (cinco) rimas apenas: 2 (duas) rimas nos quartetos e 2 (duas) ou 3 (três) rimas nos tercetos. Utilizando-se da formatação do soneto Inglês ou Shakespeareano, que apresenta um dístico final, temos três quadras com rimas cruzadas diferentes ( abab/cdcd/efef) e no dístico final, obrigatoriamente, utilizamos uma rima emparelhada diferente dos quartetos (gg).

QUARTA REGRA: Terminar todos os versos com palavras paroxítonas (chamadas de palavras graves por Bilac e Passos).

Obs. Lembrar da diferenciação da rima CONSOANTE (utilizada no alexandrino: canta/manta/espanta/tanta) e a TOANTE (brilho/silo/atiro/colírio) que não cabe no soneto clássico.

QUINTA REGRA: Na medida do possível se valer da presença de rimas ricas, ou seja, rimas feitas com classes de palavras diferentes. Alguns escritores consideram rima rica como sendo a rima que possui todas as letras iguais, desde a letra inicial da sílaba tônica até a última letra da palavra. Ex. (sentiMENTO, coMENTO, reavivaMENTO, moMENTO)

SEXTA REGRA: Se valer de dois detalhes pouco observados, todavia importantes, para a confecção do verso do soneto alexandrino clássico:

1) Jamais termina-se o 1º HEMISTÍQUIO, que é o espaço compreendido da 1ª até a 6ª sílaba poética (entendida como ponto de CESURA - logo após a cesura dá-se início ao 2ª hemistíquio) utilizando-se de palavra proparoxítona.

2) Ao término do 1º HEMISTÍQUIO, com palavra paroxítona terminada em vogal, é necessário que a próxima palavra comece com uma vogal átona ou consoante muda para haver a elisão.

Obs. 1 Podemos dizer que o Verso Alexandrino é formado de 2 (dois) versos de 6 (seis) sílabas poéticas formando um verso maior de 12 (doze) sílabas poéticas. Com a elisão ou utilização de palavra oxítona a regra de 2 (dois) hemistíquios - versos - de 6 (seis) sílabas poéticas cada mantem-se. Todavia, se utilizarmos a proparoxítona, ao término do primeiro hemistíquio, quebraremos a regra do alexandrino, pois, após a tônica do primeiro hemístíquio (ponto de cesura) já estamos escrevendo o segundo hemistíquio.

Obs. 2 Atentemos para um detalhe: não é certo utilizar, também, no Verso Alexandrino, quando do término do 1º hemistíquio, palavras paroxítonas terminadas por consoantes pluralizadas ou não (fácil, fáceis) nem as desinências verbais (cantamos, partiremos). Vejamos porquê.

Colocarei aqui dois exemplos para elucidar as obs. 1 e 2 de Versos Dodecassílabos: não-alexandrino e Alexandrino; os dois apresentam a tônica na 6ª e 12ª sílabas poética do verso.

Exemplo com Verso Dodecassílabo não-alexandrino:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1) A/do/ro/ mui/to a i/MA/gem/ a/le/gre/ de um/ AN/jo.


A palavra IMAGEM IMPEDE o início do 2º hemistíquio logo após a tônica do 1º hemistíquio.

Sabemos que o Verso Alexandrino possui dois hemistíquios, cada um formado de 6(seis) sílabas poéticas. A sílaba GEM quebra esta regra, pois, está na divisão dos dois hemistíquios, entretanto, ela não pode elidir com a primeira sílaba do 2º hemistíquio. Fica assim o 2º hemistíquio com apenas 5 (cinco) sílabas poéticas, o que bem já sabemos impede a existência dos 2 (dois) versos menores de 6 (seis) sílabas poéticas formadores do Verso Alexandrino.

* Lembremos: a contagem do número de sílabas poéticas de um verso termina na sílaba tônica da última palavra do mesmo.


Atentemos agora para este outro Exemplo com Verso Dodecassílabo e Alexandrino:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2) A/do/ro/ mui/to o/ RI/so e a a/le/gri/ a/ de um/ AN/jo.

A palavra RISO NÃO IMPEDE o início do 2º hemistíquio logo após a tônica do 1º hemistíquio.

Neste exemplo, pela possibilidade da elisão (comecei o 2º hemistíquio com vogal), mantemos os dois hemistíquios, porque a sílaba final da palavra RISO se elide com a primeira sílaba da palavra ALEGRE formando a sétima sílaba poética do verso (ou a primeira do 2º hemistíquio).

A regra da elisão mantém a sonoridade do verso, sem quebras no ritmo. Observem esta afirmação na leitura em voz alta do verso.

Obs. 3 É aconselhável criar 2 (dois) versos com sentido completo, 1 (um) em cada hemistíquio, para ser mais belo o soneto.

Reparemos no Verso Alexandrino as divisões da pronunciação e o sentido completo de cada hemistíquio:*

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A/do/ro/ mui/to o/ RI//so e a a/le/gri/ a/ de um/ AN/jo.
1º hemistíquio 2º hemistíquio

* Lemos este Verso Alexandrino com uma pausa central na sílaba poética RI, não é verdade?

Adoro muito o riso (e)
A alegria de um anjo.

Não obervamos aqui dois versos distintos formando outro maior, Alexandrino?

Reparemos no verso apenas dodecassílabo as divisões da pronunciação:*

Adoro muito a ima
(gem)
alegre
de um anjo.

* quando leio este verso realizo estas quatro pausas provocando quebras do ritmo no verso. Penso que não conseguimos ler o verso continuadamente.

SÉTIMA REGRA: O último terceto ou o dístico, essa regra é válida para todos os tipos de soneto, deve encerrar todo o pensamento contido no soneto. É a famosa “chave de ouro”. Em boa parte dos poetas a "chave de ouro" está contida apenas no último verso.


Para ilustração vou colocar um soneto alexandrino que me propus a realizar, como aprendizado poético, ressaltando os seguintes aspectos:

A) Divisão das estrofes (numeração de 1/4 - 1ª estrofe; 5/8 - 2ª estrofe; 9/11 - 3ª estrofe; 12/14 - última estrofe);

B) Divisão das sílabas poéticas escandindo os versos e destacando a 6ª e 12ª sílaba que utilizamos a tônica marcando o RITMO do soneto;

C) Utilização das rimas ricas;

D) detalhar a divisão em 2 (dois) hemistíquios e suas nuances utilizadas em cada estrofe.

Vejamos o soneto que me propus a realizar:

SONETO DA SAUDADE
À Carla

1. -- Ho/mem/ que/ sen/te a/MOR/, to/da ho/ra, a a/ma/da/ CHA/ma... -- (A) - VERBO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2. Tér/mi/no/ des/ta/ TAR/de e eu/ can/to/ de/ sau/DA/de (B) - SUBSTANTIVO
3. Sem/ que/ po/ssas/ ou/VIR! Pá/ssa/ro em/ li/ber/DA/de (B) - (liberto - ADJETIVO) -
4. Has/teio/ no in/fi/NI/to, ins/pi/ra/da au/ri/FLA/ma (A) - SUBSTANTIVO

5. Do/ mo/men/to/ sau/DO/so a es/te ho/mem/ que/ mui/to A/ma! (A) - VERBO
6. Lá/ no in/fi/ni/to, o /POE/ma, em/ a/ma/bi/li/DA/de, (B) - (amável - ADJETIVO) -
7. Da/ sau/da/de é/ es/CRI/to e o i/men/so/Céu/ in/VA/de (B) - VERBO
8. Pa/ra e/vo/car/ a/ NÓS: - sau/do/sa e a/ma/da/ DA/ma! (A) - SUBSTANTIVO
9. -- Ho/mem/ que/ sen/te a/MOR,/ to/da ho/ra, a a/ma/da/ CLA/ma... -- (C) - VERBO
10. O/lha!/ Quan/ta/ sau/DA/de a ar/der/ no/ Céu,/ a/MA/da! (D) - SUBSTANTIVO
11. To/da es/tre/la um/ si/NAL/ do/ poe/ma/ no in/fi/NI/to! (E) - SUBSTANTIVO

12. Luz!/ Pa/ra i/lu/mi/NAR, /a/ sau/da/de,/ no es/CRI/to, (E) SUBSTANTIVO
13. E/ do/ tem/po/ lem/BRAR.../ Desta es/tó/ria em/can/TA/da, (D) ADJETIVO
14. Que o A/mor/ é o/ prin/ci/PAL/ per/so/na/gem/ da/ TRA/ma... (C) SUBSTANTIVO

Vejamos dois versos do soneto e seus detalhes:

a) Ho/mem/ que/ sen/te a/MOR/, to/da ho/ra, a a/ma/da/ CHA/ma...

1º hemistíquio: Ho/mem/ que/ sen/te a/MOR, /
2º hemistíquio: TO/da ho/ra, a a/ma/da /CHA/ma...

MOR, (6ª sílaba poética e ponto de cesura);
TO (início do 2º hemistíquio);
CHA (12ª sílaba poética).

b) O/lha!/ Quan/ta/ sau/DA/ DE A AR/der/ no/ Céu,/ a/MA/da!

1º hemistíquio: O/lha!/ Quan/ta/ sau/DA/
2º hemistíquio: DE A AR/der/ no/ Céu,/ a/MA/da!

DA (6ª sílaba poética e ponto de cesura);
DE A AR (início do 2º hemistíquio e aqui utilizei-me da necessária elisão - sexta regra*);
MA (12ª sílaba poética).

* Observa-se aqui a regra da paroxítona terminada em vogal (SAUDADE), o que nos pede uma vogal ou consoante muda, no início da próxima palavra, para haver a elisão.

Amigos leitores, existe uma questão a ser estudada também, que é mais complexa e só se consegue um aprendizado dela com continuadas leituras dos poetas clássicos e no exercício contínuo de escandir versos: a DIVISÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS. Ela além de difícil tem modificações (pequenas nuances) conforme o tempo literário, o falar de cada região e o poeta dando, maior ou menor rigidez ao ritmo do poema.

Espero ter agradado e ajudado: amigos leitores. Fique claro que o talento do poeta não se faz apenas pelo conhecimento das regras poéticas. Existe também um dom natural, o conteúdo a ser veiculado e a criatividade, dentre outras coisas. Creio eu que ao estudarmos e praticarmos as regras de construção: do Alexandrino clássico podemos alimentar de conhecimento nosso dom natural e termos um alicerce mais seguro para a criação poética de qualidade.

Enfim, para terminar, lembremos que praticamente todos os grandes poetas valeram-se do gênero lírico por excelência: o soneto. Manuel Bandeira, cultuado Poeta Modernista começou sua carreira fazendo sonetos à moda Parnasiana. A ruptura literária consciente dá-se do conhecimento aprofundado da Literatura e seus elementos estruturais, e do domínio da Língua Portuguesa na sua variante culta. Sem estas preocupações será frágil, na minha opinião, qualquer liberdade de expressão em versos e não serão consistentes as rupturas: com a tradição poética e a norma culta de nosso idioma.

Bom domingo para todos vocês, abraços e beijos, fiquem com Deus, Alexandre!
Alexandre Tambelli
em 16/12/2007
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSeg 15 Nov 2010, 22:45

Prometo compor um. Até hojer não fiz
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 14:37

Observe as chaves (em vermelho) que mostram onde não há cesura.

Meus sentidos cede[ ]ram, tombaram no chão,
pois teu toque e teu gesto os tiraram do prumo.
E o espírito va[ ]ga sem ter direção
pois o teu sentimento o tirou de seu rumo.

O prazer do meu corpo e do meu coração
se confluem, se fun[ ]dem num só, em resumo.
Assumiste o controle e eu perdi a razão;
tu perdeste o pudor e o resto eu assumo. (11 sílabas?)

Em minh´alma e em meu corpo a alegria se aflora
e o universo se per[ ]de nas curvas do tempo:
o mortal é infinito e o eterno é agora.

O que faz minha vida expandir num momento
é sentir tuas mãos me tocando por fora;
é viver teu amor me tocando por dentro.[/size][/font]
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 15:50

polemaco escreveu:
Observe as chaves (em vermelho) que mostram onde não há cesura.

Meus sentidos cede[ ]ram, tombaram no chão,
pois teu toque e teu gesto os tiraram do prumo.
E o espírito va[ ]ga sem ter direção
pois o teu sentimento o tirou de seu rumo.

O prazer do meu corpo e do meu coração
se confluem, se fun[ ]dem num só, em resumo.
Assumiste o controle e eu perdi a razão;
tu perdeste o pudor e o resto eu assumo. (11 sílabas?)

Em minh´alma e em meu corpo a alegria se aflora
e o universo se per[ ]de nas curvas do tempo:
o mortal é infinito e o eterno é agora.

O que faz minha vida expandir num momento
é sentir tuas mãos me tocando por fora;
é viver teu amor me tocando por dentro.[/size][/font]

Só mais um soneto


Até que bem tentei fazer um bom poema,
assim bem ritmado e sem perder a rima.
Ocorre que fiquei diante de um problema
imenso, sem saída e que me desanima.

Ausente é o meu talento para um teorema
expresso dessa forma e eu, inda por cima,
esbarro nessa sina, dura e tão extrema:
o verbo em mim é falho e não me legitima.

Ai quem me dera eu fosse, assim, um bom poeta,
exímio construtor de uma palavra escrita
exata e bela e boa; de conduta reta!

Eu disse, bem tentei vencer minha desdita.
O sonho não vingou; não sou um bom esteta!
O verso requer algo que aqui não habita.

****

E.T.: Desculpe se cometi tantas aberrações poéticas!
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MensagemAssunto: Cometa alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 16:03

Cometa alexandrino

Paulo Camelo

Quando me deu na telha eu cometer soneto,
até o alexandrino atropelei; eu juro!
Errei numa cesura, andei pulando muro,
e mesmo assim com ele eu sei que me intrometo.

Às vezes erro a rima e mudo o seu quarteto.
Entanto, o alexandrino insiste em dar um duro
e me botar à prova. Eu fico mais seguro
e vou até o fim, nos versos do terceto.

E, se me der na telha, eu vou cometer mais,
pois o soneto faz de mim malabarista
em busca de equilíbrio, em busca do meu eu.

Não sou como um cometa. Assim, buscando a paz,
prefiro o alexandrino eu não perder de vista,
embora inda não saiba onde ele se meteu.

06/08/2010
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 16:10

Obed de Faria Junior escreveu:
Embriagado

Voltei agora. Noite escura pelas ruas.
Um tanto alto, um tanto fraco, um tanto .
Fui esquecer as dores minhas, dores tuas.
Já não me lembro e agora tudo virou.

Rodei a esmo e me larguei em qualquer canto,
fumei, bebi, fui me matando pouco a pouco.
Cantei, sorri, me embriaguei bem mais que um tanto.
Sofri, chorei, mas não morri porque sou louco.

E neste instante, em que os efeitos da bebida
liberam dores, soltam sonhos, livram travas;
um bem me fazem, entorpecem morte e vida,
mas me remetem ao fasnio das palavras.

Quando estou alto, vêm tristeza e euforia.
Tudo entorpece exceto a minha poesia.

Veja o ritmo:
É todo em tetrâmetro peônico de quarta. Não é alexandrino
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 16:17

Obed de Faria Junior escreveu:
Penúltimo soneto


Eu queria viver, apesar desta vida.
Sinto o sonho impotente em poder reagir.
O que mata de vez a minh'alma perdida
é que o hoje não vê amanhã no porvir.

Quando a morte me afaga e convida a segui-la,
oferece-me o colo e me tenta a aceitá-lo.
A vontade de mim quase cede e se oscila
e eu não penso, não sinto, eu não olho e não falo.

Minha força se esvai, já está perto do fim.
Já não há mais sentido em lutar e lutar.
Desmorono em peda[ ]ços ruindo de mim
e me espalho em resí[ ]duos que voam no ar.

Eu queria viver, apesar desta vida
mas eu vou com a mor[ ]te que afaga e convida.


Última edição por polemaco em Qui 18 Nov 2010, 16:27, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 16:26

Obed de Faria Junior escreveu:
Amar do jeito certo


Tanto egoísmo se camufla como amor!
Quer ter a fruta, mas renega seu caroço.
E há bem querer que esconde em si um vil pendor.
Não é paixão o que a corda tem pelo pescoço?

Pela conquista o mundo é de luz e cor;
faz-se a promessa de se amar sem alvoroço.
Por trás da jura pode haver cruel furor
que pilha a paz e lhe aprisiona em fundo fosso.

Quem ama acolhe, aceita, apóia e dá-se manso.
Não condiciona, não corrompe e não sufoca.
Não faz da vida algo fechado pra balanço.

Amar é ter em quem se ama o que nos toca,
que propicia ao peito, enfim, algum remanso.
O amor não rouba nem destrói, o amor é troca!

Idem. Todo em tetrâmetro peônico de quarta.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 18 Nov 2010, 19:40

O amor e a garça

Paulo Camelo

O amor não se disfarsa, o amor é coisa boa,
é grito ao infinito, é fígado sem fel.
O amor é como a vida: amarga feito o mel.
A vida é como a garça e assim no céu revoa.

A garça é só pureza em seu planar no céu,
em seu voar baixinho e firme na garoa.
E, quando o trovão chega e o ribombar ressoa,
a chuva cobre a garça em seu aquoso véu.

O amor, a garça, a vida, o céu, toda a brancura
e toda a paz que traz num voo, lindo e suave,
é fruto sazonado a que vou degustar

Quero voar tal qual a garça branca e pura
e me envolver no amor, que faz do voo da ave
a forma mais perene e bela de se amar.

07/11/2010
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 19 Nov 2010, 12:11

Obed de Faria Junior escreveu:
Do pó ao pó

Do pó viemos e haveremos de voltar,
porque na essência somos todos sempre iguais.
Se Deus nos molda como um barro singular
é a mesma argila que nos faz sermos mortais.

É uma ilusão que alimentamos por pensar
que cada um possua dons especiais.
É bem verdade, cada um tem seu lugar,
que se, hoje, é seu, num amanhã não será mais.

E se ficamos na soberba a ruminar,
esse prazer é uma alegria bem fugaz.
Nos endeusamos e subimos num altar
que vai ao chão tão logo a morte venha atrás.

Perante Deus, que vida veio a nos soprar,
seremos pó, somente pó e nada mais.



Alexandrino inglês! Que belo!
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 19 Nov 2010, 12:31

rommel escreveu:
Obed de Faria Junior escreveu:
Do pó ao pó

Do pó viemos e haveremos de voltar,
porque na essência somos todos sempre iguais.
Se Deus nos molda como um barro singular
é a mesma argila que nos faz sermos mortais.

É uma ilusão que alimentamos por pensar
que cada um possua dons especiais.
É bem verdade, cada um tem seu lugar,
que se, hoje, é seu, num amanhã não será mais.

E se ficamos na soberba a ruminar,
esse prazer é uma alegria bem fugaz.
Nos endeusamos e subimos num altar
que vai ao chão tão logo a morte venha atrás.

Perante Deus, que vida veio a nos soprar,
seremos pó, somente pó e nada mais.



Alexandrino inglês! Que belo!

Eu diria que este também é um Trîmetro peônico de quarta.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 19 Nov 2010, 12:33

Venho retificar alguma informação anterior minha.
Onde eu falei em tetrâmetro peônico, eu quis dizer trímetro peônico.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 19 Nov 2010, 12:37

Paulo Camelo escreveu:
Venho retificar alguma informação anterior minha.
Onde eu falei em tetrâmetro peônico, eu quis dizer trímetro peônico.

Uma vez eu confundi gregoriano anapéstico e dei o errôneo nome de gregoriano anaclítico
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 16 Dez 2010, 19:51

Transformação

Já cansei de chorar. Hoje, eu quero algo mais;
Ir além, muito além do que o íntimo alcança.
Como quem vence o mar, silencio meus ais.
Já não sou meu refém. Tenho a paz por herança.

Fui teimoso, ora, eu sei, ao fechar meus ouvidos
Aos amigos e irmãos que queriam meu bem.
Eu achava-me um rei e sentia-me ungido,
Mas retinha mi’as mãos e pensava: nem vem...

Dessa vida que está renascendo em meu peito,
Penso: às vezes não dá pra sentir logo o efeito.
É preciso ter fé, mais amor, paciência.

Ter o espírito em pé, humildade e prudência
É, quem sabe, um sinal de que existe uma luz
Que premia, afinal, quem merece e faz jus.

Fiore
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 17 Dez 2010, 08:15

Bem vindo, Fiore!
Alegria em rever tuas letras!

Abração!

Ronaldo

Fiore escreveu:
Transformação

Já cansei de chorar. Hoje, eu quero algo mais;
Ir além, muito além do que o íntimo alcança.
Como quem vence o mar, silencio meus ais.
Já não sou meu refém. Tenho a paz por herança.

Fui teimoso, ora, eu sei, ao fechar meus ouvidos
Aos amigos e irmãos que queriam meu bem.
Eu achava-me um rei e sentia-me ungido,
Mas retinha mi’as mãos e pensava: nem vem...

Dessa vida que está renascendo em meu peito,
Penso: às vezes não dá pra sentir logo o efeito.
É preciso ter fé, mais amor, paciência.

Ter o espírito em pé, humildade e prudência
É, quem sabe, um sinal de que existe uma luz
Que premia, afinal, quem merece e faz jus.

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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSex 17 Dez 2010, 19:57

É muito difícil seguir todas as regras do alexandrino. Na postagem abaixo fiz uma tentativa com dois textos. Espero que, aos poucos eu consiga memorizar todas as técnicas, até compor sem a necessidade de ficar consultando manuais. rsrs - Nos próximos dias tentarei um exercício mais completo.

Duas tentativas diferentes de sonetos alexandrinos.



Primeiro texto

Soneto com versos alexandrinos – doze sílabas poéticas.
O primeiro hemistíquio termina em oxítona (sem cesura).
Rimas internas (na sexta sílaba) = ABAB // CDCD // EE // FF // GG.
Rimas no final de cada verso = ABAB // CDCD // EE // FF // GG

Transformação

Já cansei de chorar. Hoje, eu quero algo mais;
Ir além, muito além do que o íntimo alcança.
Como quem vence o mar, silencio meus ais.
Já não sou meu refém. Tenho a paz por herança.

Fui teimoso, ora, eu sei, ao fechar meus ouvidos
Aos amigos e irmãos que queriam meu bem.
Eu achava-me um rei e sentia-me ungido,
Mas retinha mi’as mãos e pensava: nem vem...

Dessa vida que está renascendo em meu peito,
Penso: às vezes não dá pra sentir logo o efeito.
É preciso ter fé, mais amor, paciência.

Ter o espírito em pé, humildade e prudência
É, quem sabe, um sinal de que existe uma luz
Que premia, afinal, quem merece e faz jus.

Fiore



Segundo texto

Soneto com versos alexandrinos – doze sílabas poéticas.
O primeiro hemistíquio termina em paroxítona (com cesura).
Rimas internas (na sexta sílaba) = ABAB // CDCD // EE // FF // GG.
Rimas no final de cada verso = ABAB // CDCD // EE // FF // GG

Transformação

Já cansei da tristeza, hoje eu quero a alegria.
Vou além, mais distante. É o meu sonho que aponta.
Levo junto, a certeza. Em minh’alma, energia.
Não sou mais um errante. Eis que a paz já desponta.

Eu bem sei, fui teimoso ao fechar meus ouvidos
Aos que davam-me o ombro... Aos amigos seletos.
Iludia-me o gozo, ao pensar-me um ungido,
Fui pra muitos, assombro, ao espírito objeto.

Dessa vida que agora aos meus olhos renasce,
Penso: em meio à demora é preciso ter classe,
Manter sempre a esperança e encontrar paciência.

Ter a alma criança, humildade e prudência
É, quem sabe, a reforma almejada... É o progresso...
Eis o amor que transforma e conduz ao sucesso.

Fiore
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Paulo Camelo

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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSáb 18 Dez 2010, 08:10

Fiore escreveu:


Soneto com versos alexandrinos – doze sílabas poéticas.
O primeiro hemistíquio termina em oxítona (sem cesura).

Ora, Fiore, esta é a cesura perfeita! Por que dizes que está sem cesura?

Lembro: A cesura é a separação de um verso em duas partes iguais (hemistíquios) distintas.
Quando a sexta sílaba tônica de um dodecassílabo é a última sílaba de uma palavra oxítona, existe a cesura perfeita.
Quando, ao contrário, cai na penúltima sílaba de uma paróxítona, para que haja cesura, é preciso que a última sílaba (átona) seja absorvida pelo segundo hemistíquio, como se não fizesse parte da palavra anterior.

Afora a informação de que não há cesura no primeiro soneto, apresentaste aqui dois alexandrinos, sim, senhor!
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSáb 18 Dez 2010, 09:20

Oi Paulo, descuido meu. Estou perdido em análises e exercícios sobre o tema. Fiquei até 03h00 e retomei às 07h00. Já são 13 horas e eu continuo aqui batendo cabeça. rsrs - Estou bem cansado, por sinal.

O que tentei fazer foi um alexandrino com o primeiro hemistíquio fechando com oxítona e
Um segundo fechando com paroxítona.

No primeiro caso, a cesura está na sexta sílaba e no segundo está na sétima, como manda a regra.

Sinto que o que pega, na construção de um soneto alexandrino são as regras (para o soneto), tão bem explicadas pelo Alexandre Tambelli, em post do Ronaldo, na pg. anterior.

Continuo meus exercícios por aqui e espero logo poder postar um texto completo, com o devido respeito a todas as regras.

Abração e obrigado pela interação


Última edição por Fiore em Sáb 18 Dez 2010, 10:33, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Cesura   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSáb 18 Dez 2010, 09:46

No soneto alexandrino, a cesura é sempre após a sexta sílaba, Fiore. Ela divide o verso em duas partes (hemistíquios) de seis sílabas.
O que está na sétima sílaba, nesse caso, é a sílaba átona que sobrou da palavra paroxítona final do primeiro hemistíquio, em elisão com a primeira sílaba desse hemistíquio (o segundo).


Última edição por Paulo Camelo em Sáb 18 Dez 2010, 17:12, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSáb 18 Dez 2010, 17:02

Peço-lhe mil desculpas, Sr. Elamer Neto. Mas não retiro uma vírgula do que eu disse, pois não vejo nenhuma perseguição aqui. Não se preocupe em sair, pois não terá de mim nenhuma outra "perseguição", por mais que o senhor queira. Não se deve ajudar quem não quer ser ajudado.

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MensagemAssunto: Qualquer coisa (versão em alexandrino)   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeSáb 18 Dez 2010, 17:54

Alguns meses atrás eu fiz um soneto em versos heroicos (apenas um verso em gaita galega, destoando), com apenas uma rima e fim jocoso (rima presumida).

Modifiquei-o para alexandrino e posto aqui.

Qualquer coisa (versão 12)

Invento, quando em vez, fazer alguma aposta
e nem sequer espero ouvir a tal resposta
em me dizer que agora a mesa já está posta
e não aceitam mais de mim qualquer proposta.

Assim, proposição que vem tão bem disposta
exige uma atenção de mim também composta.
É certo que a assertiva ali era suposta,
é certo, mas do peixe eu como até a posta

e deixo o resto, pois, apenas contraposta
a cauda ou a cabeça. E eu sei que, quando tosta,
a espinha também como - e como! - pois quem gosta

e se alimenta assim jamais fica indisposta,
aceita o que estiver servido à mesa posta
e, assim, se satisfaz , enfim, com qualquer coisa.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQua 19 Jan 2011, 12:26

rommel escreveu:
Paulo Camelo escreveu:
Venho retificar alguma informação anterior minha.
Onde eu falei em tetrâmetro peônico, eu quis dizer trímetro peônico.

Uma vez eu confundi gregoriano anapéstico e dei o errôneo nome de gregoriano anaclítico

E eu li em um site sobre soneto a menção de versos fálicos, no lugar de versos sáficos.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 20 Jan 2011, 13:12

kkkkk

Ui!
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitimeQui 20 Jan 2011, 13:18

Paulo, tô fazendo um alexandrino (nunca fiz um, sempre preferi dec, hend e gregoriano) e quando terminar vou querer sua opinião.
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MensagemAssunto: Re: O Soneto Alexandrino   O Soneto Alexandrino Icon_minitime

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